Imagino-me de vidro...
Não maciço mas sim frágil...
Como se pudesse quebrar facilmente...
Se alguém me quebrasse...
Porque não seria para...
Ser o reflexo de alguém...
Ver esse fundo do reflexo e descobrir a sua verdadeira face...
Como se ninguém podia ver...
Estaria sozinha...
Abandonada...
A quebrar lentamente...
O meu sangue era bocadinhos de vidro a sair dentro de mim...
Sem cor nem algo para aquecer...
Dia após dia...
A quebrar até restar só o meu coração...
Mantinha-se intacto...
Que ainda bate fortemente pela minha vontade...
Mas não por muito tempo...
Vejo-me a desaparecer...
Sinto vidros a sair dos meus olhos como se fosse lágrimas...
Já não vejo nada...
O meu coração parou de repente...
Por milagre senti sangue...
A sair pela boca...
Estava a escorrer lentamente...
"Quebro ... Lentamente ... Quem ..."
Uma navalha permanecia no meu peito...
Não consigo falar...
Nem gritar...
“Porque o meu grito não sai?”
Fico...
Silenciosamente...
"O que seria de mim...
Sem forma nem cor...
Nunca sorrir, chorar...
Sem sentimentos para demonstrar...
Quem me perceberia assim de uma forma invisivel?"
Retirado da alma de
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